Olá.
Depois de uma reviravolta na minha vida, comecei a estudar Comunicação Social em outro canto do Rio de Janeiro. Antes, estudava no fim de mundo chamado Seropédica, na Rural. Lá fiz coleguinhas, provas, trabalhos e até um namorado (que me atura até hoje). Graças ao Sisu, consegui passar pra UFRJ pra estudar na ECo, que fica na Praia Vermelha (zona $ul da cidade), no segundo semestre desse ano.
Bom, era o meu sonho ir pra lá. E eu fui.
Depois de conversar com todas as pessoas que poderiam dar suas opiniões e depois de pensar muito, decidi ir mesmo. Iria demorar mais pra ir e voltar, iria ficar longe do namorado e iria ter de começar tudo de novo. Tudo bem. Tudo pelo sonho e pelas oportunidades.
Encarando esse novo mundo de zona $ul, confesso que fiquei encantada. Toda pessoa que mora no subúrbio do Rio é apaixonada pela cidade "cartão-postal". O espaço da universidade era bem legal, as pessoas se mostraram igualmente legais e a semana de integração mais legal ainda.
Logo na primeira semana eu já percebi que se eu me destacasse, teria tudo a meu favor. Bolsas, estágios, laboratórios... Esse monte de coisa que enche os olhos dos calouros começaram a se mostrar.
Quem não quer dinheiro e sucesso nessa vida?
Pois bem.
Pra aula de Teoria da Comunicação, o professor pediu para que nós comprássemos/arrumássemos um livro tal. Eu decidi ir procurar em sebos no centro da cidade, em vão, mas eu fui.
Decidi entrar no prédio de um curso de design e fazer um "tour" pra ver como era. No final, fui falar com o coordenador desse mesmo curso e ele começou a me mostrar as vantagens de fazer tal curso. Me perguntou o que eu fazia da vida e se eu pretendia mesmo me matricular. Eu disse que sim, mas como faço curso de inglês e curso de música não seria possível pagar esse outro curso no momento.
Como bom capitalista que aquele coordenador era, ele começou a estraçalhar os cursos que eu faço no momento. Falou que inglês era bom, mas que com o diploma, eu só poderia trabalhar como professora. Disse que o curso de música só servia como hobbie, porque se eu tentasse ganhar dinheiro com isso, não daria certo.
Isso tudo me fez pensar no sistema idiota da vida de uma pessoa. De novo.
Tudo gira em torno do dinheiro e é só pra isso que vivemos: ganhar dinheiro.
Sim, dinheiro é bom e todo mundo gosta. Dinheiro compra sim a felicidade. Mas a que preço?
Lembrei de alguém dizendo que o homem só vai ficando mais burro rodeado de tantas máquinas que fazem tudo por ele. Digo mais: além de burro, ele fica frio.
Eu sempre penso em como vai ser a minha vida no futuro. Será que eu vou ser rica? Será que eu vou estar casada e com filhos? Será que eu vou ter uma casa legal na zona $ul? Será que eu vou ser uma boa mãe e esposa? Será que eu vou ficar enterrada no trabalho sem tempo pra fazer as coisas que eu gosto?
Muita gente fica nessa situação que eu citei por último e isso me dá arrepios. Só de pensar em não ter tempo pra fazer o que eu bem entender, dá vontade de chorar.
Se eu realmente não tivesse esse tempo, com certeza estaria cortando meus pulsos.
Como diz aquela imagem que vive rodando pelo Facebook: "não perca sua vida tentando ganhá-la".
Faça o que tu queres, pois é tudo da lei.
E enfia uma dentadura no cu e ri pro caralho.
Ok, parei por aqui.